Hoje reencontrei um antigo amigo, na verdade um primo. Primo é amigo especial já que é como um irmão que você não teve e que nas aventuras de meninos deixam tantas boas lembranças. Assim era nossa amizade. Tinha briga, companheirismo, conversa sobre meninas, catar fruta no pé, arrumar confusão e no fim do dia prometer quebrar a cara um do outro e ir pra casa, levar bronca por passar o dia vadiando, tudo muito normal. O tempo passou e nos distanciamos, casamos, tivemos nossos filhos, enfim, a vida continuou. A diferença dessa história sobre desencontros e reencontros é que de fato nos separamos de forma física... e virtual.
Hoje não há mais desencontros. A saudade deu lugar a uma falsa presença representada nas redes sociais. Consolamo-nos com essa visão pictórica da vida daqueles que um dia foram tão presentes e que agora são meros fantasmas a nos brindar com um “oi”, uma postagem, uma curtida na sua foto e, dependendo da disponibilidade, uma conversa rápida pelo chat. Assim vamos deixando de sentir aquela alegria do reencontro, pois quando estes ocorrem não há muita novidade a se apropriar. Os reencontros de hoje não tem mais a alegria da surpresa, pois esta já não mais existe. Basta entrar no “Face” e ver os ícones digitais que falsamente enganam nossa solidão... Que pena! Perdemos o prazer do alívio da saudade no reencontro.
Meu primo está bem! Tem saúde, trabalho, família e amigos. Gosta de cozinhar e, segundo ele, só bebe de cinco a seis cervejas em um intervalo de um a dois meses. Uma curiosa coincidência com o autor destas linhas. O melhor de tudo é que, tudo que nós conversamos , era novidade para mim e para ele. Despedimos-nos e não trocamos mais que o número do celular. Facebook? Não, melhor manter a possibilidade de um novo reencontro cheio de novidades.
Foto de Brett Jordan.