Era um final de tarde, comecinho da noite, de um dia muito quente, como outros daquele lugar...
Mamãe confeccionava máscaras para a família toda e também para vender, conseguir um dinheirinho para poder nos sustentar....
Nuvens negras encobriam o céu da cidade de um jeito diferente. Mamãe correu para pegar as máscaras lavadas no varal.
E gritavam para as crianças fecharem as janelas e portas, se não as máscaras feitas, naquele dia, podiam molhar.
Que o vento, os trovões e os pingos fortes anunciavam uma chuva forte dessas torrencial...
Relâmpagos substituiam a energia elétrica da rua e das casas... Só ouvia passos correndo no escuro, prá lá e para cá.
Buscando um abrigo, algumas pessoas entraram para o 'alpendre' de nossa casa, e diziam:"Vamos ficar aqui...até a chuva passar".
Tudo bem, a gente respondia,"podem ficar aí a vontade", mas por ser época da pandemia, não chamávamos para entrar.
Ficamos sem jeito, por não podermos melhor acolhimento lhes dar. Infelizmente... hoje está assim, mesmo protegidas, meio a um temporal, não se pode aglomerar.
Nesse dia, mamãe vendeu umas 10 máscaras para aquela família, que apareceu ali para se agasalhar.