Cidades vazias deserto de concreto
O que levou a tão triste e abrupto caso
É um pesadelo e vejo um intenso inferno
Angustia ou pânico sinto mas sei o acaso
Procuro por todos os lados esquinas e rua
Não existem pessoas somente o chegar da lua
Me desespero e me coloco a gritar de temor
Meu peito aperta num pressagio da dor
Me pergunto aflito onde está o meu irmão
Só há o silêncio bem como pura solidão
Nenhum carro ligado lojas desfiguradas
Certamente estou sonhando na madrugada
Nesta ocasião tento acordar e me belisco
Sinto a dor e logo penso ter despertado
Tudo está igual e vazio próximo ao obelisco
Agora choro por jamais ter sido amado
Não suporto pois não há ninguém a falar
Mas só existe eco e lugares abandonados
Tento um escape e me ponho a cantar
Começo a correr e procuro meus amados
Será isto um pesado ou o real inferno
No mais amplo devaneio vejo um animal
Vejo no chão uma roupa limpa um terno
Não sei se este existe ou também é irreal
Dias caminho até chegar ao abismo
Não vejo ninguém apenas a solidão
Horas divagando se me jogo ao chão
Afinal o que me resta é só organismo