Catedral
(Fabrício Manca)
Um brinde aos loucos, aos roucos e poucos
Que mancham minha taça com vinho
Um brinde aos lobos, essa matilha de tolos
Que espalham migalhas de sonhos pelo caminho
Me esquivando da luz sou um caco sem cor no vitral
Meu grito é abafado pelos sinos da Catedral
Sou a sombra que deixa os amores fugir pelas mãos
Minha lágrima triste é tão forte! Rasga os degraus do escadão
Um brinde aos loucos, aos roucos e poucos
Que mancham minha taça com vinho
Um brinde aos lobos, essa matilha de tolos
Que espalham migalhas de sonhos pelo caminho
Me voltando ao que amo me torno uma estátua de sal
Mas sou tão pecador quanto os santos da nave central
Eu recolho as migalhas que os lobos espalham no chão
Eu faço um mosaico de sonhos... Taças nas mãos!
Um brinde aos loucos, aos roucos e poucos
Que mancham minha taça com vinho
Um brinde aos lobos, tão roucos, tão poucos!
Por favor, não me deixem morrer no sonho sozinho!