CARTA DE MINHA TATARANETA À NOSSA GERAÇÃO
À minha tataravó
Minas Gerais, 30 de junho, 2095
Querida Tatavozinha,
Na última carta a senhora disse que esse método de comunicação já é ultrapassado. Não entendi! Como pode ser ultrapassado se nos entendemos tão bem?
Bom, a senhora também disse que na sua infância foi lhe ensinado a dar valor às pessoas e não a bem materiais. Também não entendi! Vocês tinham 'contato' com pessoas?
Tatavozinha, eu sei que pareço uma criança curiosa e ao mesmo tempo distante, mas gosto desse meio de comunicação que estabelecemos. Carta né?! Dá um trabalho colocar nesse papel esses sentimentos que eu nem sabia que o nome: amor, empatia, gratidão e até respeito. São palavras novas aqui onde moramos e muitas vezes acho que é uma invenção bonita do seu tempo essa tal preocupação com o bem estar do outro. Mas, vovó, que outro?
Existem pessoas aos montes assim como a senhora diz? Aqui só tem automóveis, dispositivos móveis e robôs. Não vejo pessoa alguma.
Mamãe disse que nos encontraremos na sala semana que vem para que eu possa aprender a como utilizar todas as funções eletrônicas da casa.
Espero respostas e mais histórias do seu tempo, Tatavozinha.
Atenciosamente
Sua neta