É medonho o prazer buscado nas bebedeiras sem fim,
Que nas faces tediosas mostram os ânimos bastante esvaziados.
É fútil o contentar do espírito nos falsos banquetes,
Como se o estômago cheio pudesse atear vivacidade ao ego.
Não é o deliciar de uma fina iguaria em uma mesa farta, rodeado de amigos,
Que a vida será refeitório em que se morde os pedaços da felicidade.
Não há joias, carros ou posses que curem a febre dos dias mórbidos.
De todos os objetos e valores que circulam na órbita humana, a prudência
É o princípio pelo qual o existir e suas paixões devem ser analisados.
É dela que se originam as demais virtudes.
A vida simples e a autossuficiência bebidas nos seios mimosos dos desejos,
Numa vivência sem luxos - as coisas tranquilas de se ver e sentir.
O céu do contentamento num universo sem excessos ou faltas.
Ser sereno é avaliar os prazeres e dores contidos em cada gesto,
Em cada ato e extrair destes instantes apenas o estrito necessário à vida.
A felicidade é o caminho da simplicidade, a liberdade da prudência,
Moradia que afasta a escravidão dos extremos obtidos nos prazeres.