Somos o que somos graças a preservação da nossa memória. Construímos casas, prédios, carros, portos, aeroportos e tantas outros… e todos esses saberes alcançados a partir da nossa ação no mundo são transmitidos de geração a geração. E esse movimento de aprendizagem por meio da construção e desconstrução das coisas é o que nos possibilita a vida! Os significados atribuídos às coisas também são construções coletivas que ao longo dos tempos medeiam as relações humanas entre si e o mundo das coisas!
O próprio calendário, as datas comemorativas, são formas de nos relacionarmos com o tempo, com a vida em sociedade!
Milênios, séculos, décadas, anos, meses, dias… para natureza tudo é igual. Aliás a natureza desconhece o próprio conceito de natureza! Os significados dos tempos são construções humanas! Dias tristes, dias alegres, dias festivos são elementos simbólicos do mundo dos homens! Mas se esses simbolismos nos mobilizam, importa que signifiquemos o passado sombrio e nos dediquemos a construir um futuro melhor! E chamo de futuro melhor o espaço-tempo em que se garantam a todas e todos condições dignas de existência e igualmente de oportunidades, respeitando cada uma das singularidades!
Que os desencantos do ano de 2020 possam ser ressignificados de modo a se tornarem um horizonte para as nossas ações, rumo a um novo tempo!
Não há como esquecer as marcas desse ano desastroso! Ano de sofrimento, pranto e violências! Ano em que ouvimos de líderes de Estado dizendo “e daí?” para e o sofrimento das famílias daqueles que foram vitimados pela pandemia da COVID-19. Ano de privações, ano de medo e impotência! Mas embora não possamos apagar essas marcas podemos, fazer delas a força para redirecionarmos a história. Afinal, somos seres históricos!
Mas é necessário entendermos que todas as ações realizadas para a superação dos nossos desafios passam por um fazer coletivo! Que 2021 seja um ano de reconexões com a vida, com os outros e com o planeta! Feliz ano novo!
Ângelo Oliveira.