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A palavra de ordem era ficar em casa, mas pude reinventar...

A palavra de ordem era ficar em casa, mas pude reinventar...
Nilva Moraes Ferreira
out. 14 - 4 min de leitura
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Dia quatro de maio,  mudei de idade, completei sessenta e quatro anos de vida... mas de uma forma bem atípica, longe de tudo e de todos. 

E, embora, a palavra de ordem fosse "ficar em casa", mais do que hoje, pude começar a fazer algo novo e reinventar, uma vez que, ainda, não aposentei de mim mesma. Ainda, me recuso, por incrível que pareça, a comportar como velhas. Vestir como velhas, viver como velhas. Pensar como velhas. Não me sinto velha ainda. 

A grande verdade é que quem comanda a minha  jovialidade é a minha cabeça. E nunca achei  que com a velhice, perderia a alegria, a vitalidade, a energia e o prazer de viver. Não! Não é a minha flacidez, não são as minhas rugas,  a minha pele mais seca e sem cor, os meus cabelos brancos que não podem ficar sem ser retocados... os pés que pedem sapatos baixos...mas que me reluto a não fazer os seus gostos.  A coluna que retrai... as pernas... que não gostam mais de andar depressa... a cabeça...que não lembra mais de tudo... que me deixarão sem esperanças... 

Problemas, a maioria das pessoas tem. Como driblá- los é o que faz a diferença. E o vírus, de certa forma, nos amedronta, mas a vida continua, e precisamos arrumar uma forma de amenizar, um pouco, a nossa ansiedade. E cada pessoa pode fazer do jeito que ache melhor. Ou liga para a família... fala com  os netos pelo Whatsapp, lamentam as dores, fazem planos de viagens, comunicam pelas redes sociais, etc. Eu, como a autora do livro que estou lendo, escrevo. "Escrever foi o jeito que encontrei, desde muito cedo, de resolver os problemas, de elaborar os sentimentos, de encontrar as saídas. Desde criança, escrever é o meu projeto de vida. Na verdade, escrever para mim é sinônimo de viver." E, se algo me chateava, costumava desabafar no papel. Hoje, uso o celular. E estou quase terminando de escrever um livro, com tudo que fui aprendendo e desaprendendo durante a minha vida de mulher, esposa, mãe e professora.

Tanto o papel quanto o celular costumam aceitar tudo, e nos convencem a arrumar um jeito de disfarçar este temor e este medo por conta dessa pandemia, e ocupar a mente com algo interessante, e que nos faz bem, e pode fazer bem também para outras pessoas, se você compartilhar. Não!! Não quero saber dos números do Covid. Prefiro não ligar a TV.  Mas é preciso prevenir e reinventar. 

E pude me reinventar, nesta quarentena, como ninguém, ou seja, como alguém que tivesse idade para tanto. Então, peguei o meu celular e comecei a fotografar as belezas que a natureza, ainda, nos oferece de graça. Comecei fotografando as nuvens, o pôr do Sol e tudo que está ao meu redor. Demorei fotografar uma borboleta, mas depois de alguns dias, consegui, e as fotos ficaram lindas, modéstia a parte. 

Depois, alguns amigos me adicionaram em vários grupos de fotografias e pude compartilhar com vários as minhas fotos. Em alguns, fui capa, em outros ganhei o selo bronze, prata e até ouro. Participei também de várias lives. Em uma aprendi sobre moda, como me sentir melhor com o corpo que tenho; em outra, aprendi a arte da comunicação não - violenta; na outra sobre a criança interior ferida, que carregamos pela vida afora e, na outra, as técnicas de relaxamento.

Eh... não podemos mesmo negar a influência das redes sociais nas nossas vidas, principalmente, em um momento, como este, que precisamos nos distanciar das pessoas; então, os contatos virtuais têm nos ajudado, de forma relevante, a passar por esses momentos com menos ansiedade, menos medo e menos temor desse vírus.

E poder deixar registradas nossas histórias pessoais e, muitas vezes, profissionais nos fazem co- autores deste momento plural, ou seja coletivo, que estamos passando. Portanto, reinvente. Se não gosta de ler, escrever, fotografar e participar das redes sociais; faça o que goste, e ainda não foi feito. Faça algo novo. İlustre a sua vida e, se for possível, compartilhe com os outros.


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