No ventre da terra descansa
E germina a semente que ele plantou.
Nos calos visíveis nas mãos,
Dormem os sonhos que ele sonhou.
Os sulcos que rasgam o chão
São os mesmos que ele traz em sua face.
Na ferida aberta o verde
Eclode no silêncio da luz que renasce.
Suas mãos transformam a campina
E ele já não sente mais sua fadiga.
Pois logo tudo irá despontar
Então será a hora de colher e assentar.
A messe que tira dos campos
Celebra a vida pelas suas mãos.
A terra se aquieta e descansa
Enquanto espera uma nova estação.
Na mesa enfeitada de cores
Dos frutos colhidos pelo seu labor,
Faz dele um homem amante
Das coisas tão simples, mas de grande valor.