Escrever é, de forma, transmitir e transpassar ao nível comum dos homens as ideias, os pensamentos, as viagens solitárias. A consciência e auto percepção hesitam entre um núcleo incognoscível do interior até a própria epiderme. Sua experiência é rica, devassa e de natureza do saber. Mas ainda somos sós dentro disto e tudo pode vir a ser inútil. Nada no fundo serve de fato se morre neste mesmo lugar. Por que dar vazão a todos estes fluxos? Porque acredito que comunicar vivifica toda forma, todo saber. A oposição entre luz e sombra, claro e escuro, preto e branco, por mais lúdico e infantil que seja enumerá-la, acho que devo pensar que, em natureza, a oposição preto e branco é de forma inválida. Ambas as superfícies são banhadas da mesma luz, da mesma intensidade, mas o preto é avarento neste momento. Guarda em si todos os raios, não reflete em nada e por isso toda luz morre consigo. A superfície branca só resplandece porque é de sua característica refletir. Devolve ao mundo todas as cores que recebe e por isso consagra-se como luminosa. As coisas só fazem sentido se forem transmitidas. De nada vale frutos de experiências vívidas que morrem neste mesmo caminho de adquiri-las. Agora não só se sabe que é importante passar adiante, mas como se passar. Intenções nobres por equivocados meios não prevalecem. As coisas devem corresponder seus meios justos. Da forma que é medíocre uma vida sem conteúdo o mesmo é tê-la cheia e não transmiti-la ou não saber como fazer isso. Seria melhor uma única obra feita e posta no mundo adiante do que saber a sós infinitos mantras e poemas. O fato é que comunicar, transmitir, saber fazer isso de forma justa com aquilo que deve ser passado é tão crucial quanto ter algo a se passar.
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A Boa Tradução
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