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397 - Diário De Uma Família Em Quarentena

397 -  Diário De Uma Família Em Quarentena
Pedro Dias
mai. 31 - 3 min de leitura
010

Em um intenso convívio familiar em meio ao isolamento social em razão de uma pandemia, quais são as casas dentro de uma só casa e confinados, qual caminho escolhe cada um?

 

Uma série fotográfica de 3 retratos,

de cada um dos 3 moradores,

da casa de número 397.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Meu pai falava da infância e a mamona parecia um corona.

Minha mãe aprendia sobre PANC e a Orapronóbis não saia da boca dela.

Eu era só saudade do mar, preso em lata de sardinha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Espalhadas por toda a casa 397, as máscaras quem parecia escolher quem ia proteger. Pelo lugar onde estavam, era claro à qual cada uma pertencia.

Apesar dos autorretratos, as fotos dessa série evidenciam minha saudade e influência da fotografia de rua. Sem alterar as cenas e fotografando apenas o que acontecia, os moradores viraram transeuntes, os corredores avenidas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com a mão longe do rosto onde elas estavam?

Na fotografia mãos falam mais que bocas, carregam mais história que rugas. ​São tão diferentes entre outros, que fica claro quando são dos mesmos.

 

 

397 -  Diário De Uma

Família Em Quarentena,

2020.

 

 

Meus pais se adaptaram melhor à pandemia. Se enraizaram melhor. Cresceram ainda mais.

Passado esses primeiros meses eu comecei a me perguntar o porque cada um tomou o caminho que tomou. Era clara uma nova paixão comum entre os dois, nascida em meio à pandemia, e que não me pertencia até então; foi o cuidado com/da terra.

Apesar de um espaço não concretado ao fundo da casa onde eu sempre brinquei de bolinha de gude e plantio de feijões, meus pais nunca tiveram a mínima conexão com a terra, o que mudou muito em meio à uma pandemia global. Sem poder sair de casa fosse para buscar alimento, prazer por conexões sociais ou saúde através de exercício físico, encontraram na terra a solução para todos estes problemas.

O alimento estava alí, o prazer e a sensação de independência novamente estavam ali, o exercício físico naturalmente, já que o lugar demandou e demanda muita mão de obra pra ter ido de lixão à lindo jardim e produtiva horta.

Andamos tão desconexos e nos vemos tão distantes do que é essencial à vida humana, que só em meio à um pandemia global entendemos do que ela é feita.

O ser humano precisa de terra! Para morar, para crescer, para se alimentar.

Agradeço aos meus pais pelo privilégio de eu ter tido onde morar na pandemia, por novamente me ensinarem sobre a vida e claro, pelas mudas que vêem me dando à cada visita que faço, agora que moro em outra casa cheia de plantas também.

 

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