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Além do Horizonte

Além do Horizonte
Raul Vitor Miqueletto Vieira
fev. 5 - 4 min de leitura
0430

A liberdade canta em meus ouvidos, numa forma doce, justa, igualitária. A terra é de todos, repartida com solidariedade e compromisso ambiental. São sonhos, são metas... Uma terra em que todo ser, humano, vegetal, animal, seja considerado e, sobretudo, levado em consideração! Em 1992 aqui no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro firmavam-se os primeiros passos para o avanço global rumo a Carta da Terra. Documento essencial para a construção de sociedades mais pacíficas, justas e sustentáveis.

Rapidamente uso de um trecho da música Além do Horizonte, composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos:

“Além do horizonte deve ter

Algum lugar bonito pra viver em paz

Onde eu possa encontrar a natureza

Alegria e felicidade com certeza”.

Quantas vezes busquei esse espaço, sonhei com esse lugar enquanto estava numa rede preguiçosa e reflexiva. Talvez eu seja um sonhador, esperançoso e incalculável, mas creio que através de ações coletivas podemos chegar lá ou até mesmo construir esse lugar aqui. Não enxergo a natureza com podres olhos consumidores, como fonte apenas de extração, de recursos... Como se nada acabasse. A vejo e sinto presente no meu ser, tal qual as linhas da mão confundem-se com linhas nos troncos das árvores ou a maresia dos meus olhos são lagos d´agua, o ambiente faz parte de mim, o cantar dos pássaros que vibram próximos da minha janela, o ventar interno que arrepia a minha pele, a planta que me serve de alimento e a flor de inspiração.

O mundo por meio da natureza sente o esgotamento devido as ações prejudiciais do homem com o meio, os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental séria e possivelmente irreversível. A água, o solo, o ar... Não são os mesmos. Há tanta poluição que degrada nossos mais variados sistemas internos e esgota o que antes era belo e rico. Todos sofrerão as consequências e isso é lógico, entretanto mais uma vez os primeiros a sentirem as tristes condições climáticas e ambientais são os pobres.

Quem não tem acesso a educação de qualidade e perde os poucos bens em enchentes das ruas mal planejadas, quem mora em residenciais fechados não. Quem padece de Febre Tifoide, Cólera e Leptospirose, quem tem acesso a água tratada e sistema de esgoto não. Quem sente o derrubar da casa com grandes vendavais são os moradores de casinhas de Pau a pique, moradores de grandes residências não. A responsabilidade para a construção desse futuro melhor é de todos e junto da sustentabilidade precisamos de igualdade!

Se a Carta da Terra traça que a responsabilidade é universal, fica claro que os desafios são ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais. Enquanto tivermos interesses coletivos poderemos fazer algo pelo bem de todos. Eu enquanto escritor abro espaço em meu repertório para debater sobre o assunto, escrevo e divulgo conteúdos relacionados as áreas de relevância, mobilizo leitores e cuido de pessoas. Um professor ensina como cuidar do meio ambiente e proporciona a seus alunos vivencias teóricas e práticas sustentáveis. Um nutricionista promove palestras e intervenções sobre a importância de uma alimentação saudável e majoritariamente baseada em vegetais. Cada qual exercendo em sua função um pouco mais de empatia e solidariedade para com a natureza, podemos alcançar melhores resultados.

Anseio por reservas naturais protegidas, caminhos de esperança e justiça trilhados, substâncias tóxicas e perigosas longe de nosso alimento, padrões de produção e comercialização mais respeitosos e sustentáveis, tecnologias ambientais seguras e tudo aquilo que nos faça crer e quem sabe viver... Além do horizonte!

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