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A NOITE DOS SONHOS TRANSPASSADOS

A NOITE DOS SONHOS TRANSPASSADOS
Clávio Jacinto
mar. 3 - 1 min de leitura
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Uma noite sonhei do alto da sublime montanha

Onde transpassaram vultos seqüestrados

As dores intrépidas de minhas esperanças

Cada uma delas jazendo feridas em batalhas

Quando as folhas verdes orquestravam fúnebres

O fim do mundo.

 

Eu no âmbito do desassossego

Amargurado em palhas dos cadáveres florestais

Velando a catástrofe da poluição que vertia

Entre chaminés narizes do Armagedom

Fossas mortais de um capitalismo injurioso

No pungente fio da navalha infante

 

Num séquito noturno de tais pesadelos

Como restos lustrais de agonias em chagas

Nos estampidos de canhões cavernosos

O susto agarrou-me pela alma

Num horror transparente que me fazia padecer

Nos coágulos de lágrimas sonolentas

 

Nas névoas de um reino de ecologia finada

Dos ácidos mórbidos em lixos insepultos

Flutuando nas torrentes vitais do planeta

Vi a mim mesmo enfermiço entre patógenos

Além dos gases fatais e a asfixia da primavera

Os reinos da vida sendo decepados

 

Quais lâmpadas agonizando às trevas

Estrelas fumegando as dores da inanição

O orbe contaminado e poluído

Dava o ultimo suspiro nas noites da solidão

Quando, pois o brado avaro golpeou a terra

Acordei no leito cataclísmico da indiferença

 

E correndo entre estilhaços do mundo morto

Chorando aos tonéis em avalanches de lamentos

Beijei o barro infértil do chão da vida

Era tarde demais para ordenar o reverso

Os homens arruinaram completamente o mundo

 

 

(Clavio J. Jacinto)

 

 

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