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ensimesmada em pensamentos

ensimesmada em pensamentos
Rosilene Souza
dez. 31 - 5 min de leitura
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A História da Humanidade sempre foi e continua sendo marcada e narrada por momentos conturbados, trágicos e de superação humana. 

As catástrofes, epidemias, fomes, guerras, pragas etc. documentadas nos livros, fotografias e afins, servem como depoimentos, registros e vestígios de como o ser humano vem caminhando e se relacionando com o mundo, no mundo e consigo mesmo no decorrer dos séculos.  Estes nos mostram o quanto a Vida é melindrosa, rápida e única. Assim, através das diversas leituras que fiz e continuo fazendo do mundo, jamais imaginei que um dia experienciaria/viveria este momento pandêmico que estamos atravessando.

Contudo, neste período de isolamento social várias vezes me pego ensimesmada em meus pensamentos e indago: qual lição esta pandemia quer nos ensinar? Como seres imperceptíveis aos olhos humanos podem causar tantos estragos na humanidade? Como esses seres tão minúsculos entraram/invadiram nossas casas sem pedir licença? Estes e outros pensamentos percorrem a minha mente.

Pois, estamos “lutando” por nossa sobreVIVÊNCIA com seres invisíveis a retina humana. Seres esses que no “primeiro momento”, se é que existe um primeiro momento, parecem frágeis, indefesos, insignificantes, mas que possuem um “poder” capaz de derrubar o mais experiente, forte, inteligente e saudável mortal.

Aquele que subestima a aparente insignificância desses seres imperceptíveis aos olhos humanos, mas bem visíveis aos olhos/lentes dos microscópios está perdido em sua própria arrogância, ignorância e prepotência. Sim, pois estes seres se proliferam e modificam rapidamente formando um exército mortífero, cujo oponente não está a “altura do combate”. Mas, resta-nos algumas saídas dentre elas a MUDANÇA. Sim a mu-DANÇA de hábitos comportamentais, higiênicos e humanos.

Mas, a questão é que vivemos um “fenômeno mundial” e não isolado ou local. Fenômeno este que abarcou o mundo e no qual todos estamos juntos e ao mesmo tempo separados, pois não há para onde fugir e nem aonde ir. O que nos resta é parar e refletir a respeito de quem somos, para onde queremos ir, com quem queremos ir, se continuaremos ou não vivendo do jeito que estamos, qual o sentido da Vida, etc. Cada um a sua maneira está ou não parando para se alto avaliar, revendo atitudes, comportamentos, sentimentos, ...

Por um lado, esse (re)encontro interior está nos permitindo resgatar ideias, pensamentos, memórias, sentimentos ... muitas vezes esquecidos pela falta de tempo e correria  diária; por outro lado, está nos forçando a tomarmos atitudes que muitas vezes não tomaríamos, ao nos “obrigar” a descartar o que não nos serve mais, seja pensamentos, pessoas, sentimentos, ... deixando para trás o que não nos serve mais e valorizando o que nos é importante e significativo.

E fazendo um parênteses, do nada, sem saber o porque, a pandemia me reportou vários mitos gregos, em especifico “O Enigma da Esfinge”. A esfinge ficava na porta da cidade de Tebas e desafiava todos os viajantes que passavam por lá. Ela lançava o enigma: “qual animal tem quatro patas pela manhã; duas pela tarde e à noite três patas?”. Quem não sabia a resposta era devorado. Assim numa corrida frenética contra o tempo, passamos a digladiarmos internamente, esperançosos que venceremos esse momento e sairemos mais conscientes, fortalecidos, humanos e sensíveis desse embati enigmático ao conseguirmos decifrar o antídoto para a cura desse inconveniente que assola a humanidade ou do contrário seremos  devorados por ele (nem pensar).   

E a Arte mais uma vez entra fazendo toda a diferença, uma vez que ela provoca a diferença e é a diferença. A Arte nos instiga a perceber o mundo com outros olhos, e inserirmos nele de forma mais humana. Olhos estes da CRIA-atividade, do possível, do respeito e da sensibilidade, enfim, são tantos olhos que ela nos desperta que fica cansativo enumerá-los, o sensato é se deixAR levAR por eles e senti-los ao nos permitIR SERmos influenciados e influenciadores. Uma vez que, a muDANÇA é a única constante em nossas VIDAS. Ela nos faz crescer e perceber que existe o amanhã, que nada é imPOSSÍVEL, que vale a pena caminhAR, insistIR, persistIR resistIR e tentAR.  

E é assim que vou experienciANDO a quarentena (que de quarenta só tem o nome), respirANDO AR-te, produzINDO AR-te e desafiANDO a AR-te através da CRIA-tiv-IDADE. Uma vez que, no momento viGENTE que nos encontramos temos “TEMPO” de sobra. TEMpo para criAR, REcriar, pensAR, re-PENSAR, produzIR, REproduzir, reVER o instante, o eu, o outro e o todo.

Rosilene Souza 


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