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A natureza mais perto das crianças...

A natureza mais perto das crianças...
Nilva Moraes Ferreira
out. 14 - 6 min de leitura
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Que tal convidar seus filhos para vivenciarem outras coisas, mais próximas da natureza, longe da internet e de coisas eletrônicas?

Vendo meus netinhos aproveitarem o que a natureza nos oferece, na fazenda, durante a quarentena, pude perceber o quanto o mundo natural faz bem para as crianças; e lembrei - me de que nossos avós nos diziam: "ponha esse menino para brincar na terra, deixa ele se sujar, é bom, faz bem para a saúde". 

Na verdade, pelo tom de voz deles não era um simples pedido, era, sim, quase uma súplica, para chamar a nossa atenção para a importância de proporcionarmos àquela criança, além da brincadeira ao ar livre e do fortalecimento do sistema imunológico - a interação física com o ambiente, que alimenta a curiosidade, a criatividade e a imaginação dos pequenos.

O contato com a natureza, sempre, foi muito benéfico e excitador. Antigamente, quando éramos crianças, o quintal da nossa casa ou da fazenda era o nosso ambiente predileto. Ali, vivíamos descalços, subindo nas árvores, fazendo nossos próprios brinquedos, fazendo comidinhas, colhendo frutas fresquinhas, tomando leite, tirado da vaca, direto do curral, comendo ovos da galinha caipira, verduras da própria horta e arroz integral, socado no monjolo. E, ainda, vendo de onde vinham as frutas e verduras que comíamos, o leite que bebíamos, etc. Diferente de hoje que as crianças acham que tudo venha dos mercados. Que tudo pode ser comprado. Sempre, estávamos presenciando tudo e ajudando nossos pais a cuidarem dos seus afazeres.

Desse modo, desde a mais tenra infância, os pais ensinavam aos filhos assumirem a própria responsabilidade, que era repassada pelo próprio exemplo do dia a dia da família - e, ainda, a usar os quatro sentidos, que nos possibilitavam descobertas e percepções rotineiras ou novas, a todo momento, com o meio, como: sons -  dos cantos de diversos pássaros nas laranjeiras ou outras, do barulho da água caindo no calabouço, do mugido da vaca, logo cedo, chamando o filhote para amamentá- lo, do relinchar do cavalo, do latido do cachorro, quando chegava gente, do miado do gato, do grunhido dos porcos, quando estavam com fome; dentre cheiros, texturas e cores diversas da flora e do próprio ambiente.

Hoje, o espaço das crianças e dos adolescentes se resumiu, no próprio quarto, e o olhar deles é só para o computador ou o celular; o trabalho dos pais já não é mais visto por eles; só sabem que vão para o trabalho, todos os dias, e compram tudo que precisam e desejam, quando podem ou mesmo quando não podem também. (Uma vez que podem comprar em dez vezes... em "suaves prestações".)

Quando a criança entra em contato direto com a natureza, começa a perceber o mundo a sua volta de diferentes formas.E, ainda, tendo um  novo foco, saíndo da rotina das atividades urbanas, convivendo com estímulos mais lentos, contemplando o que é belo e simples.Esquecendo, de certa forma, um pouco, os excessos dos estímulos tecnológicos que lhes foram sedimentando, e os levando a crer, como disse o educador Rubem Alves, que as coisas têm de ser do jeito que são, acreditando que não  conseguirão vivenciar outras coisas, que não sejam as de via internet ou eletrônica.

E é preciso vivenciar outras coisas. Há tantos detalhes, na natureza,  para serem observados e mostrados às crianças e aos adolescentes enquanto ainda existem. É importante chamar a atenção deles para a beleza do céu, dos pores do sol, das flores do campo, dos jardins e parques, do cheiro das flores, do sabor de uma manga que acabou de cair do pé, da beleza dos pássaros voando e cantando. De tudo que há em volta do ambiente natural.

Há muito o quê aprender... assim... como completou Augusto Cury: "Levem seus filhos a encontrar os grandes motivos para serem felizes nas pequenas coisas. Nos fenômenos aparentemente imperceptíveis, como: no movimento das nuvens, no bailar das borboletas, no desabrochar de uma flor, no abraço de um amigo, no beijo de quem ama, num olhar de cumplicidade, no sorriso solidário de um desconhecido. Quanto mais uma pessoa aprende a encontrar prazer nos pequenos detalhes da vida, mais se torna saudável emocionalmente". 

Só o ambiente externo pode nos proporcionar a integração com o espaço natural. “É importante andar na areia, na grama, na terra e no chão duro, sentir como todas essas superfícies são diferentes. E também reparar em nuances na luminosidade do dia, que varia de manhãzinha, na hora do almoço e ao entardecer”, explica André Trindade, psicólogo e psicomotricista do Núcleo do Movimento, em São Paulo.

Sem dúvida, os benefícios são imensos! Não se preocupem, pais e mães, se eles vão se sujar! A mania de limpeza / a alergia à criança suja  pode gerar um transtorno denominado, hoje, de" Transtorno de déficit da natureza". Segundo o jornal de “Alergia e Imunologia Clínica”, americano, os benefícios da exposição das crianças à determinadas bactérias encontradas, nos ambientes, tidos como sujos, desenvolvem a imunidade contra as doenças mais propensas nessa fase, como: asma, eczema e outras alergias, e, ainda, algumas bactérias presentes no solo podem auxiliar no desenvolvimento cerebral das crianças por produzirem serotonina, que está ligada a sensação de disposição, prazer e felicidade.

Portanto, pais, estimulem​ seu filho ou sua filha a se encantar com as belezas e eventos que a natureza nos oferece de graça.  Esta iniciativa ou o hábito mais assíduo, além de proporcionar às crianças os benefícios da experiência do livre brincar e do contato com a terra e as plantas, quem sabe não sensibilizem também, os governantes do poder público a investirem em mais áreas urbanas de lazer para as famílias passarem os finais de semana e feriados com as crianças.

 

crianças.


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